A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), cumpriu, na quarta-feira (30/07), mandado de prisão temporária um homem, 48, investigado por estupro de vulnerável e tortura contra a própria neta, de 6 anos. A prisão foi efetuada na residência do autor, bairro São José Operário, zona leste, onde também foi cumprido um mandado de busca e apreensão.
Além disso, o autor foi indiciado pela Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher (DECCM) centro-sul por ameaça e estupro de vulnerável contra a própria filha, de 23 anos.
Conforme a delegada Juliana Tuma, titular da Depca, as investigações iniciaram após o Conselho Tutelar receber uma denúncia anônima enviada ao Ministério Público do Amazonas (MPAM), por meio do disque 180, a qual informava que a criança estaria sendo abusada sexualmente pelo avô.
“O crime foi descoberto pela mãe da vítima, uma jovem de 23 anos, quando ela verificou que a vagina da criança estava machucada e com vermelhidão, após ela se queixar de dores nas partes intimas. Inclusive, tinha vídeos nos quais mostravam a criança com as partes íntimas completamente machucadas”, disse a delegada.
Segundo a delegada, diante da gravidade de todos os fatos apresentados, foi representada pela prisão temporária em nome do indivíduo e pelo mandado de busca e apreensão para a residência da família.
“Os trabalhos investigativos constataram que a criança tinha os seus cabelos cortados pelo autor como forma de tortura quando reagia em negativa aos abusos sexuais, e emaranhados de fios foram encontrados dentro de tijolos nas paredes da residência”, contou a delegada.
De acordo com a delegada, o homem sempre tentava atribuir a autoria do crime ao seu filho, um adolescente que reside no mesmo imóvel. No entanto, em depoimento especial, a criança confirmou que os abusos sexuais eram praticados pelo avô.
“A criança também contou que já presenciou o indivíduo dando sedativos para a sua mãe dormir, a fim de abusá-la sexualmente também. Em relatos, tanto a criança quanto a mãe dela e a conselheira tutelar que acompanhou o caso, disseram que a menina era colocada dentro de uma máquina de lavar pelo avô como uma forma de punição ou para que ela não presenciasse os abusos em relação à sua mãe”, explicou a delegada.
Ainda conforme a titular da Depca, a equipe policial encontrou a máquina de lavar durante a busca e apreensão na residência, onde também encontraram três medicamentos, sendo um analgésico anal e dois estimulantes.
“Quanto aos sedativos que eram supostamente administrados na mãe da criança, não foi possível encontrá-los na ocasião. Acreditamos que ele suspeitou que a filha o denunciou e se livrou dos medicamentos. Porém a menção aos sedativos também aparece nos relatos da criança, da mãe dela e da conselheira tutelar
Em relação à vitimização da mãe da criança, a investigação ficou a cargo da DECCM centro-sul. Segundo a delegada Priscilla Orberg, adjunta da unidade especializada, assim que a delegacia foi informada pela Depca que a mãe da criança poderia ser uma vítima do autor, os procedimentos já foram iniciados.
“Esse indivíduo já foi indiciado pelos crimes de ameaça e estupro de vulnerável contra a própria filha. A investigação apontou que a vítima era abusada sexualmente quando estava dormindo, possivelmente com o uso de sedativos ou de algum tipo de medicamento. Em depoimento, ela contou que acordava com marcas pelo corpo e com dores na região das pernas e nas partes intimas”, relatou a delegada.
De acordo com a delegada, todos os procedimentos de acolhimento foram feitos para com as vítimas, fruto de um trabalho integrado entre a Depca e a DECCM centro-sul. Elas estão com medidas protetivas decretadas pela Justiça, elas receberam atendimento no Serviço de Apoio Emergencial à Mulher (Sapem) e foram acolhidas em um abrigo, graças ao pronto atendimento feito pelas unidades especializadas”, explicou a delegada.
O homem está respondendo por estupro de vulnerável e tortura contra a neta e ameaça e estupro de vulnerável contra a filha e está à disposição da Justiça.