
Manaus, Brasil – O Partido dos Trabalhadores (PT) elegeu Edinho Silva como seu novo presidente nacional após votação interna realizada no domingo, 6 de julho. O ex-prefeito de Araraquara, que contou com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, venceu no primeiro turno.
Edinho Silva, candidato da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), a ala majoritária do PT, obteve 239,1 mil votos, o que representa 73,48% dos 342,3 mil votos apurados até o momento de petistas de todo o país. O partido ainda está coletando as cédulas de Pernambuco, Bahia, Pará, Paraná e Rio de Janeiro. Minas Gerais foi o único estado que não realizou a eleição interna, mas a expectativa é que a votação total ultrapasse os 400 mil eleitores.
Ex-ministro da Comunicação Social no governo Dilma Rousseff, Edinho Silva defende uma postura mais moderada para o PT e a ampliação de alianças políticas para as eleições de 2026. Embora tenha encontrado dificuldades no início da campanha para conseguir o aval da CNB, ele firmou um acordo ao ceder a indicação da tesouraria do partido.
Ele superou concorrentes mais à esquerda dentro do PT, como:
- Rui Falcão: Ex-presidente da sigla e deputado federal, que obteve 36,3 mil votos (11,15%).
- Romênio Pereira: Secretário de relações internacionais, com 36 mil votos (11,06%).
- Valter Pomar: Diretor da Fundação Perseu Abramo, que conquistou 14 mil votos (4,3%).
Encruzilhada política do PT
Os petistas foram às urnas em meio a uma importante discussão sobre os rumos do partido. Uma ala defende que o presidente Lula rompa com o Centrão e adote uma guinada à esquerda em seu governo. A outra ala, que é a majoritária, busca a retomada de alianças com a centro-direita, argumentando que esse acordo é crucial para que Lula consiga um novo mandato em 2026.
Processo Eleitoral e imbróglio em Minas Gerais
O Processo de Eleição Direta (PED) do PT escolheu a nova cúpula da sigla nos âmbitos nacional, estadual e municipal para o período de 2025 a 2029. Todos os 2,9 milhões de filiados estavam aptos a votar.
No entanto, um impasse em Minas Gerais ameaçou o andamento do processo geral. A deputada federal Dandara Tonantzin conseguiu uma liminar na Justiça que determinava a inclusão de seu nome na disputa pelo diretório mineiro. O partido foi obrigado a suspender o pleito no estado para se adequar.
A candidatura de Dandara havia sido indeferida devido ao não pagamento de uma dívida partidária de cerca de R$ 130 mil dentro do prazo estabelecido pelo regulamento da eleição (29 de maio). Nesta segunda-feira, o PT nacional conseguiu derrubar a liminar na segunda instância, por meio de uma decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.