Em um movimentado trecho da Avenida Senador Lemos, no bairro da Sacramenta, em Belém, uma noite chuvosa foi interrompida por uma sequência de tiros. O cenário do crime, em frente à academia Four Hit, deixou dois mortos: o personal trainer Alberto Quintela e o policial militar identificado como R. Alves.
Segundo informações apuradas, Alberto Quintela foi abordado por R. Alves no momento em que se preparava para entrar em seu veículo, deixando o local de trabalho. O policial, usando uma balaclava, se aproximou em uma moto. Uma breve discussão teria ocorrido entre os dois, culminando nos disparos que vitimaram o personal trainer. “Alberto morreu dentro do carro”, relataram fontes ligadas à investigação. Ele era casado e deixou a esposa grávida de oito meses.
A Reação e a Segunda Morte
Logo após o ataque, um homem armado que passava pela via presenciou a cena. Ao perceber o que havia acontecido, atravessou a rua e atirou contra o policial, que também não resistiu aos ferimentos. A Polícia Civil investiga o que motivou o PM a matar o personal.
Imagens e Motivação
Imagens de câmeras de segurança próximas ao local mostram o momento exato da abordagem. No vídeo, é possível ver Alberto entrando no carro quando é interceptado pelo homem de moto. Em seguida, os dois discutem, o personal tenta sair com o carro e, logo depois, ocorre o primeiro disparo. Na sequência, um homem trajando roupa amarela aparece nas imagens atravessando a rua e atirando contra o agressor.
Segundo uma testemunha que preferiu não ser identificada, o crime teria sido motivado por ciúmes da proximidade do personal com a esposa do policial, mesmo que não houvesse relação amorosa entre os dois. “Foi ciúmes de marido. Ciúme da esposa dele. Esse ciúme dele era doentio. Não era de hoje. Por todas as academias que ela frequentava, ele tinha essas ondas de ciúmes. E aí achou que ela estava tendo um caso com esse professor, só que não estava. Todo mundo sabe que não estava”, destacou a testemunha.
Quem Eram as Vítimas
O personal de educação física foi identificado como Alberto Wilson dos Santos Quintela, que seria pai em aproximadamente duas semanas. A esposa dele chegou a ir ao local do crime e entrou em desespero. Já o PM era Rodrigo Alves Ferreira.
“O Beto (como era chamado) está super apaixonado pela esposa que vai ganhar neném agora daqui a duas semanas e a gente acompanhou desde o início a gestação dela. Do quanto ele postava todo dia a felicidade de ser pai. Enfim, um cara super tranquilo. Se dava com todo mundo na academia. Todo mundo gostava dele. As idosas, os jovens, todo mundo. Um rapaz super educado, bonito… E aí o cara (PM) surtou, foi lá e matou ele na porta da academia”, concluiu a testemunha.
A investigação agora tenta entender o vínculo entre os envolvidos e o que motivou a abordagem armada do policial. Familiares, colegas de academia e integrantes da corporação aguardam por respostas.