Após três meses de investigação, a polícia concluiu o inquérito. Testemunhas, incluindo familiares das vítimas e do próprio Renan, confirmaram o relacionamento conturbado do casal. Renan demonstrava um ciúme excessivo pelas amizades de Karina, especialmente pela presença das amigas na loja de acessórios para celular da vítima.
Em uma conversa com o pai, Renan expressou sua irritação: “(…) vi as câmeras pelo celular e vi as amigas dela na loja, ela colocando película de graça no celular delas, capinha. Aqui é nosso trabalho, não é lugar pra ficar com amiga”. Esse episódio motivou o término do relacionamento por parte de Karina, que exigiu: “(…) eu quero que você suma daqui, você não tem nada aqui. Pode ir lá em casa pegar suas tralhas e some daqui”. Karina chegou a registrar ocorrência na delegacia, relatando ameaças, agressões verbais e físicas, e ter sido chamada de “puta” e “biscate”.
O Plano macabro de Renan
O término do relacionamento inflamou a ira de Renan. Ele tinha acesso às câmeras de segurança da loja e observou o momento em que Karina estava com Aline no estabelecimento. A amizade de infância entre as duas, segundo a família, incomodava profundamente Renan.
Horas antes do crime, Renan fez pesquisas em seu celular por frases como “como fazer molotov” e “tacar fogo crime”, além de enviar mensagens de despedida a amigos. No dia do crime, ele apareceu armado na loja.
Uma testemunha que sobreviveu ao ataque relatou que Renan colocou uma mochila no balcão, sacou uma pistola calibre .32 e declarou: “tenho uma bala para cada uma de vocês”. Em seguida, atirou nas duas. Aline morreu no local, e Karina resistiu por alguns dias, mas não sobreviveu. O agressor ainda ateou fogo na loja com material inflamável que levava na mochila e, em seguida, foi para os fundos do imóvel e se matou.
Armamento e responsabilidade
Vídeos e relatos de familiares confirmam que Renan frequentemente ostentava uma arma em casa. O armamento pertencia a seu pai, um policial aposentado, que agora responde por porte ilegal de arma de fogo por ter deixado o objeto acessível.
A polícia concluiu que o crime foi premeditado, motivado por ciúmes e ódio às amizades da vítima, sendo caracterizado como feminicídio e homicídio qualificado.