Pandemia e alta nas vendas zeram estoques de veículos

Fábricas e lojas fechadas desde o mês de março, quando começou a pandemia da Covid-19 no Brasil, junto com o aumento das vendas de carros novos e usados em setembro e outubro provocou um novo problema: falta de estoque de veículos no país.

Algumas montadoras, inclusive, já contam com fila de espera de 180 dias. Acredite!

Com a retomada da economia e reabertura gradativa de lojas de revenda e concessionárias neste segundo semestre, as vendas de veículos subiram bem no Brasil. Novembro e dezembro são meses em que esta demanda sobe por causa do recebimento do 13º salário. Justo neste momento, os pátios estão vazios.

“A instabilidade no ritmo de produção vem do fato de termos paralisado todas as fábricas por algum momento no segundo trimestre. Isso gerou uma desorganização dos estoques nos pátios e nas concessionárias, e também do fluxo de fornecimento em toda a cadeia automotiva”, afirma a Anfavea (Associação de Fabricantes de Veículos Automotores), em nota divulgada no portal Uol.

O interesse do consumo já era algo percebido  em setembro deste ano. A Fenabrave indicou que teve 8,4% de aumento nas vendas de usados, enquanto que os 0km, por dados levantados pela Karvi Brasil, tiveram pouco mais de 207 mil veículos vendidos, sendo o melhor mês do ano, até então.

Os dados de outubro e novembro seguem essa tendência de alta, criando uma escassez no mercado.

Um dos motivos que explica essa alta demanda está justamente pelo comportamento na pandemia. “As pessoas substituíram o carro de aplicativo e o transporte público pelo automóvel, pois se sentem mais seguras”, revela Ilídio dos Santos, presidente da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores).

Retomada das fábricas

O processo de reposição não é tão simples como parece. O primeiro motivo está nos protocolos de segurança que exigem fluxos reduzidos de trabalhadores na indústria, o que reduz a quantidade de peças disponíveis. Este motivo impacta as peças nacionais e também as importadas.

Com a alta na contaminação, as montadoras também estenderam as férias de boa parte dos trabalhadores, contando com pouca mão de obra disponível para atender a demanda.

Por fim, as montadoras ainda não sabem se essa alta procura vai se manter após a temporada de vacinação. Por isso elas pregam cautela no aumento de produção.

A lentidão da entrega é percebida, principalmente, pelas empresas de locação de automóveis, principais responsáveis por compras de veículos 0km direto com as montadoras.

“Se a gente faz um pedido de 100, por exemplo, elas entregam um pouco por mês. Esse prazo depende mais do modelo do carro do que da montadora”, revela Paulo Miguel Júnior, presidente da Ablas (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis). Júnior informou que o prazo médio está entre 90 e 180 dias para que as montadoras atendam cada pedido.

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