Grupos de direitos humanos afirmaram que os ‘esquadrões da morte do Talibã’ estão indo de porta em porta buscar opositores, inimigos e traidores. Relatórios provenientes do Afeganistão sugerem que os extremistas já quebraram sua promessa de não cometer assassinatos por vingança após tomarem o poder no país.
Conforme divulgado pelo The Mirror, milhares de pessoas tentam desesperadamente deixar o país desde que o Talibã retomou o poder. Imagens divulgadas recentemente mostram combatentes com mantos que aparentemente seguram rifles M-16 americanos. Segundo a ONU, o alerta é de que o grupo parece estar procurando qualquer pessoa que tenha trabalhado para os EUA ou OTAN.
Segundo a agência de notícias alemã Deutsche Welle, o Talibã matou um parente próximo de um de seus jornalistas após uma busca. Outros membros da família estão fugindo. O diretor geral da agência, Peter Limbourg, se pronunciou: “O assassinato de um parente próximo de um de nossos editores pelo Talibã é extremamente trágico e demonstra o perigo que nossos funcionários e suas famílias enfrentam no Afeganistão”.
“É evidente que o Talibã já está realizando buscas organizadas por jornalistas, tanto em Cabul quanto nas províncias. Estamos correndo contra o tempo”, finaliza Peter Limbourg.
ONU faz alertas sobre ‘Esquadrões da morte’
Um relatório divulgado pela ONU mostra que o Talibã está punindo parentes das pessoas pelas quais procuram. O grupo extremista teria vasculhado arquivos do Ministério da Defesa e do Interior do Afeganistão, bem como a sede do serviço de espionagem do país.
Com base nos dados obtidos, eles teriam elaborado listas de oponentes pelos quais procuram. Uma declaração da Human Rights Watch reforça os recentes relatos.
“Existem relatos de forças do Talibã procurando por ex-funcionários desde que assumiu o controle de Cabul. A mídia relatou que as forças do Talibã foram vistas usando força excessiva e letal para dispersar multidões no aeroporto de Cabul e em um protesto de Jalalabad. O Talibã há muito ameaça e, em muitos casos, mata funcionários do governo, ativistas dos direitos humanos e dos direitos das mulheres e mulheres em destaque”.
Os relatos surgiram apenas uma semana depois de Zabihullah Mujahid, porta-voz do Talibã, declarar em entrevistas que o grupo não se vingaria de ex-funcionários do governo.
Ainda nos últimos dias, a Anistia Internacional também se pronunciou, informando que combatentes do Talibã massacraram nove homens da etnia hazara, depois de assumir o controle da província de Ghazni.