A Embaixada dos Estados Unidos na Venezuela usou a plataforma X (antigo Twitter) neste domingo (27/7) para se dirigir diretamente ao povo venezuelano, afirmando que o presidente Nicolás Maduro e seu “regime criminoso” não “vão durar para sempre”.
A postagem, feita no perfil oficial da embaixada, declarava: “Ao povo venezuelano: Maduro e seu regime criminoso não durarão para sempre, e a terra de Bolívar voltará a ser democrática e livre”.
Mais cedo, o governo dos EUA já havia acusado Maduro de liderar uma organização criminosa e declarado seu governo como ilegítimo. A manifestação foi divulgada pelo chefe da diplomacia de Donald Trump, Marco Rubio.
Relação entre EUA e Maduro
Os Estados Unidos são frequentemente um dos principais alvos das declarações anti-imperialistas de Nicolás Maduro. A legitimidade do governo de Maduro é questionada por grande parte da comunidade internacional, que enxerga fraude eleitoral nas últimas eleições realizadas na Venezuela.
Assim como seu antecessor, o governo Trump reconhece o opositor Edmundo González como o verdadeiro vencedor do pleito venezuelano.
“Maduro NÃO é o presidente da Venezuela e seu regime NÃO é o governo legítimo”, escreveu o secretário de Estado dos EUA em uma publicação no X. “Maduro é o chefe do cartel de Los Soles, uma organização narcoterrorista que tomou posse de um país, e ele está sendo indiciado por tráfico de drogas para os Estados Unidos.”
Na última sexta-feira (25/7), o Departamento do Tesouro dos EUA designou o cartel de Los Soles como uma organização terrorista internacional e anunciou sanções contra o grupo venezuelano. De acordo com o governo norte-americano, o grupo é liderado por figuras de alto escalão do governo da Venezuela e fornece apoio a outras organizações que atuam dentro dos EUA, como o Tren de Aragua.
Assim como a maioria da comunidade internacional, o governo Trump não reconhece a vitória de Maduro nas últimas eleições presidenciais venezuelanas de 2024. Desde janeiro deste ano, Washington oferece uma recompensa de R$ 150 milhões por informações que possam levar à prisão do presidente venezuelano, acusado de narcoterrorismo.
Na última semana, autoridades de Washington se reuniram com María Corina Machado, principal nome da oposição venezuelana. Na conversa, foram debatidos temas sobre uma “transição pacífica para a democracia”, informou o governo norte-americano.
Apesar das críticas contundentes contra Maduro, Washington e Caracas mantêm linhas de diálogo e negociação. Recentemente, um acordo de troca de prisioneiros foi firmado entre os dois países. Além disso, o presidente Trump deu sinal verde para que a Chevron, uma das maiores empresas do setor petrolífero, volte a operar na Venezuela.