Fortalecer as economias dos povos e comunidades tradicionais em todos os biomas do país e promover a atuação em rede foram os focos centrais do III Encontro Presencial do Observatório das Economias da Sociobiodiversidade (ÓSocioBio). Realizado no início de junho, em Brasília (DF), o evento reuniu mais de 20 organizações, além de representantes de povos e comunidades tradicionais, em dois dias de diálogos, rodas de conversa, estudos de caso, alinhamentos estratégicos e trocas de experiências.
O encontro teve como objetivo consolidar a atuação em rede do ÓSocioBio, fortalecer as cadeias produtivas da sociobiodiversidade e ampliar sua incidência em espaços políticos e sociais. Durante as atividades, os participantes avaliaram ações realizadas nos últimos três anos e avançaram no planejamento estratégico para os próximos ciclos, com foco em governança, articulação política e fortalecimento institucional.
A rede do ÓSocioBio é composta por organizações socioambientais e representantes de comunidades tradicionais de diversas regiões do Brasil, especialmente da Amazônia. Em um contexto de crescente ameaça aos territórios e modos de vida tradicionais, a articulação ganha ainda mais relevância.
Dione Torquato, secretário-geral do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), ressaltou a importância do observatório para a visibilidade e o fortalecimento das economias tradicionais, sustentadas majoritariamente por práticas sustentáveis.
“O ÓSocioBio é extremamente importante, porque reúne uma diversidade de organizações que atuam ou apoiam as economias da sociobiodiversidade. Nos permite monitorar e sistematizar políticas públicas, além de fortalecer estratégias junto aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”, pontua.
A secretária-executiva do ÓSocioBio, Laura Souza, também avaliou positivamente os resultados do encontro e o envolvimento crescente da rede. “Após dois dias intensos de trocas e construção coletiva, saímos com um engajamento muito mais fortalecido. Vamos continuar avançando na incidência, na construção de metodologias, na produção de dados e na comunicação. É visível que as organizações querem participar e estarão conosco nos próximos passos”, afirmou.
Colaboração
Quem somou de forma fundamental para o nascimento do observatório foi o Instituto Socioambiental (ISA), buscando unir esforços com parceiros e ampliar a atuação em rede para adequação de políticas públicas e promoção das economias da sociobiodiversidade. “Isso aconteceu após perceber que, sozinho, o ISA não dava conta de fazer essa incidência. […]. O ÓSocioBio foi o caminho para reunir organizações a mais que trabalhassem no Cerrado, Caatinga, Pantanal, juntando competências técnicas para ter uma capacidade de incidência política”, compartilha Jeferson Straatmann (Camarão), coordenador de economias da sociobiodiversidade no ISA.
Outro destaque da programação foi o anúncio da Conexsus, como integrante da secretaria-executiva da rede. “Primeiro, é um prazer para Conexsus, pois o coletivo ÓSocioBio já é uma referência. Está há muitos anos juntando atores que estão no território com entidades que estão à frente de pensar financiamento, políticas públicas e outras melhorias. Então, o Conexsus vem com o espírito de se juntar a todas essas forças para fazer a sociobioeconomia se fortalecer”, destaca Fabíola Zerbini, diretora executiva da Conexus.