O embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini, visitou o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) na manhã desta segunda-feira (5) para tratar do futuro da relação entre os dois países e discutir a situação do ativista italiano Cesare Battisti, condenado no país europeu por terrorismo.
Bernardini deixou o condomínio onde Bolsonaro mora, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, demonstrando satisfação com o encontro.
“O caso Battisti é muito claro. A Itália está pedindo a extradição do Battisti e o caso agora está sendo discutido no Supremo Tribunal Federal e esperamos que o Supremo tome uma decisão no tempo mais curto possível”, disse.
O embaixador não quis antecipar se Bolsonaro fez alguma promessa sobre a questão, mas destacou que o presidente eleito “tem ideias muito claras sobre Battisti”. Bolsonaro já declarou que pretende autorizar a extradição do italiano.
Relembre o caso:
Década de 70 – Battisti foi integrante do do grupo guerrilheiro Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), na Itália. Ele é acusado de participar de quatro assassinatos no país – de um joalheiro, um policial, um carcereiro e um militante. Os crimes teriam ocorrido entre 1977 e 1979. O ativista nega ter cometido os crimes.
1979 – Ele é preso em milão pela morte de um joalheiro.
1981 – Battisti escapa da prisão de Frosinone, perto de Roma, e foge para a França, onde viveu clandestinamente.
1982 – Foge para o méxico.
1987 – Ele foi condenado à revelia em seu país com pena de prisão perpétua.
1990 – Volta para a França cujo presidente François Mitterrand acolhe os ex-ativistas italianos sob a condição de que abandonassem a luta armada.
2004 – Battisti deixou a França após a revogação de sua condição de refugiado, vindo para o Brasil.