Na manhã desta quinta-feira (03), a Polícia Federal deflagrou uma operação em combate à corrupção e ao crime organizado em Manaus. As autoridades realizaram buscas e apreensões em diversos locais, incluindo os condomínios Jardim Adrianópolis e San Remo.
Dentre os alvos, estava a residência de Armando do Vale, ex-diretor presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama).
Armando do Vale, que está envolvido em um polêmico escândalo eleitoral, é investigado por sua suposta participação em um esquema que visa favorecer a candidatura de Brena Dianná nas eleições municipais em Parintins. Recentemente, um vídeo vazado revelou discussões entre Armando e outros ex-secretários sobre estratégias políticas que envolviam o uso da máquina pública para influenciar o pleito, configurando crime eleitoral.
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) já havia instaurado um inquérito, o Inquérito Civil nº 06.2024.00000636-2, para apurar esse suposto complô, que também envolvia além de secretários de Estado, oficiais da Polícia Militar.
As gravações, datadas de agosto, revelam planos que poderiam ser expandidos para Manaus, envolvendo mais autoridades.
Diante da gravidade das denúncias e para garantir a lisura das investigações, o governador Wilson Lima exonerou Armando do Vale e outros secretários relacionados ao caso nesta última quarta-feira (02).
Em nota, o governo ressaltou que o objetivo é permitir que os investigados se defendam adequadamente e, caso provada sua inocência, possam retornar aos cargos.
Gravações
Nos novos cortes, o diretor-presidente da Cosama diz que o governador Wilson Lima teria intensificado os esforços para garantir a eleição do candidato a prefeito de Manaus, Roberto Cidade (União Brasil). “Numa campanha de prefeito, tem que pegar todo esse pessoal da Cicom (Companhia Interativa Comunitária) e trabalhar”, destacou do Vale.
Em determinado momento, é revelado, também, que o grupo teria entrado em contato com um diretor da polícia federal para levar parte do efetivo a Parintins, mas que “O máximo que eles (os agentes) podem fazer, na melhor das hipóteses, é passar informações. Não podem agir”.
Em outro trecho, Armando do Vale expõe sobre grampos telefônicos feitos no celular do assessor do prefeito Bi Garcia, “Cearazinho”, que seriam enviados aos Estados Unidos, para serem feitos “cortes” e utilizados durante a campanha eleitoral. “Então, se nós perdermos o grampo deles, estamos fod… Vamos ter que começar tudo de novo”, alertou do Vale.
O espaço está aberto para que os citados possam se manifestar.