Um ofício “URGENTE”, datado de 9 de junho de 2025, expedido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) de Manaus, revelou que o Governo do Amazonas, sob a gestão de Wilson Lima, solicitou formalmente o apoio do Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima (MMA) para intensificar a fiscalização em áreas de alta incidência de ilícitos ambientais. O documento, assinado por Eduardo Costa e Silva, Secretário de Estado do Meio Ambiente, foi endereçado à Ministra Marina Silva e visava coibir práticas ilegais e proteger os ecossistemas locais.
O ofício detalha que a SEMA encaminhou informações sobre áreas com grande ocorrência de ilícitos ambientais e, diante da gravidade e recorrência das infrações, solicitou o apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e de órgãos de segurança federais para reforçar as ações de fiscalização. A SEMA também manifestou sua disposição para atuar em parceria com os órgãos federais no combate ao desmatamento ilegal, ressaltando a importância da cooperação para garantir o cumprimento da legislação.
Em linha com o que foi solicitado, uma operação do Ibama foi deflagrada no município de Apuí (AM), mais especificamente na região do Distrito de Sucunduri. Durante a ação, que contou com a utilização de caminhões, tratores e helicópteros, foram relatadas a destruição de estruturas, o incêndio e a apreensão de máquinas agrícolas em propriedades rurais.
A Ministra Marina Silva confirmou publicamente que a operação do Ibama em Apuí foi realizada a pedido do próprio Governo do Estado do Amazonas. Em suas declarações, ela afirmou que o executivo estadual, por meio de um ofício, “pediu ajuda ao Ibama” para realizar a fiscalização em parceria, justificando a solicitação pela “gravidade do problema, do aumento do desmatamento e da violência” na região.
Contrariando a narrativa oficial, moradores de Apuí alegam que a operação ocorreu sem aviso prévio, apesar de afirmarem possuir licenças válidas para suas atividades. Eles denunciam terem sido tratados “como criminosos sem direito de defesa”, levantando sérios questionamentos sobre a legalidade dos procedimentos adotados pela fiscalização. As informações sobre a operação e as denúncias dos moradores foram inicialmente divulgadas pelo jornalista Ageu do Ojornalismo Baré.
Em meio à polêmica, o Senado Federal tentou atribuir a culpa pela operação e suas consequências ao Presidente Lula, buscando desviar a atenção do pedido formal feito pelo próprio Governo do Amazonas.
Até o momento do fechamento desta matéria, o Governo do Amazonas não se manifestou oficialmente sobre as declarações da Ministra Marina Silva ou sobre as acusações dos moradores de Apuí. A situação ressalta a complexidade e a controvérsia em torno das ações de fiscalização ambiental na Amazônia, agora com o componente político da tentativa de culpabilização.
Audiência
Em uma audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, na quarta-feira (2), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, enfrentou críticas e ataques de parlamentares. Em resposta, a ministra afirmou que o desrespeito recebido por aqueles que defendem a agenda ambiental e climática não é algo novo, caracterizando-o como uma manifestação de quem “não conhece o respeito”.
Deputados como Zé Trovão (PL-SC) e Capitão Alberto Neto (PL-AM) expressaram forte oposição à sua gestão, com Zé Trovão chamando-a de “vergonha” e Alberto Neto sugerindo sua renúncia.
Convocada para explicar o aumento de desmatamentos e queimadas, Marina Silva declarou que preferia “receber injustiça” a “praticar injustiça”, e que estava “em paz” após uma oração prévia à sessão. Ela refutou as acusações de um aumento drástico no desmatamento sob sua administração, destacando em vez disso o impacto das mudanças climáticas no crescimento dos incêndios florestais no Brasil.
Texto editado e corrigido ás 10:17PR