Um trabalho coletivo envolvendo quase 80 autores e mais de 150 verbetes. Esse é o “Almanaque do Festival Folclórico de Parintins”, livro lançado na terça-feira (24/06), na Feira D, em Parintins (distante 369 quilômetros de Manaus), pela Editora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A obra escrita por Diego Omar da Silveira e Eliseu da Silva Souza, surge como um trabalho coletivo, colaborativo e aberto para oferecer informação de qualidade, acessível para pesquisador, mas também para o cidadão comum sobre o festival que encanta torcedores dos bumbás Caprichoso e Garantido.
A obra integra uma coleção que está projetada para ter 13 volumes, sendo o almanaque o sétimo. “A gente imagina que ainda venha o livro dos rituais do Boi Caprichoso, da alegoria, das indumentárias, dos itens. Além do livro do professor Eric Nakanome, que já deve ser lançado no segundo semestre, que é um estudo sobre a representação dos indígenas no Bumbá de Parintins”, adiantou o pesquisador e um dos autores da obra, Prof. Dr. Diego Omar da Silveira.
“Quando o festival voltou após a pandemia, em 2022, recebemos e conversamos com muita gente. Desde o cidadão comum, que é torcedor do Boi, os especialistas e os jurados. Então, as pessoas manifestavam essa falta de uma informação confiável, organizada e objetiva. Porque não adianta você recomendar um livro para a pessoa entender a trajetória do festival, porque ela não vai parar para ler um livro não sendo um especialista”, explicou o escritor, sobre o Almanaque que é fruto de dois processos que se cruzam.
O Festival Folclórico de Parintins foi criado, em 1965, para angariar recursos para a conclusão da obra Catedral de Nossa Senhora do Carmo, padroeira da cidade de Parintins. As apresentações entre as duas agremiações folclóricas: a do Boi Garantido (vermelho) e a do Boi Caprichoso (azul) acontece no Centro Cultural de Parintins — mais conhecido como Bumbódromo.
E o escritor Eliseu da Silva Souza explica que a proposta do Almanaque foi uma iniciativa do professor Diego, depois de ouvir que algumas pessoas sentiam a necessidade de ter algumas explicações sobre o festival. “A partir do projeto do Padex, discutimos um desmembramento. Assim nasce o Almanaque. A construção foi muito bonita, porque reunimos o grupo de pesquisadores com os estudantes e fomos ler os verbetes”, destaca.
Apoio institucional
O pesquisador Diego Omar reforça, ainda, o apoio da Editora UEA na materialização das pesquisas da Universidade do Estado do Amazonas. “O livro vai nos ajudar a entender essa relação do Festival Folclórico de Parintins com o currículo escolar. Pois, tudo que a gente faz é fruto de pesquisa, de sistematização de dados. E o resultado é o Almanaque que teve todo o apoio da Universidade do Estado do Amazonas, por meio da Editora UEA. A Editora UEA é fundamental, porque não basta ter apenas a vontade, para nós professores nos sentimos muito felizes, também, de saber que nós temos um apoio institucional para continuar pesquisando e levar adiante o fruto do trabalho com o selo da UEA”.
Caprichoso: o livro das lendas
Ainda durante o lançamento do Almanaque, também foi apresentado pela Editora o livro “Caprichoso: o livro das lendas” que reúne, em palavras e imagens, as lendas que encantaram o público nas apresentações do Boi Caprichoso no Festival de Parintins desde 1996, resgatando parte essencial do legado artístico e da memória cultural amazônica.
A obra é organizada por Diego Omar da Silveira, Thayron Rodrigues Rangel e Roberto Sena, e é resultado de um trabalho de pesquisa e curadoria iniciado no Centro de Documentação e Memória do Boi-bumbá Caprichoso (Cedem). A publicação dá continuidade ao esforço editorial que começou com “O Livro da Toada”, lançado em 2021 e reeditado em 2024.
Para adquirir as obras, basta entrar em contato pelo e-mail editora@uea.edu.br.