O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos Almeida Baptista Junior, comentou, nesta sexta-feira, 9, o envolvimento de militares nas suspeitas de corrupção investigadas pela CPI da Covid-19. Ele afirma que há um incômodo entre os membros das Forças Armadas em relação ao que ele descreve como “tentativa de associação”, mas que, caso as suspeitas sejam comprovadas, não haverá tolerância.
Sobre nota das Forças Armadas divulgada nesta semana e que causou polêmica por conter tom ameaçador, o comandante da Aeronáutica afirmou ao jornal O Globo que tratou-se de um “alerta às instituições”. “Cada instituição do país tem a obrigação de se preocupar com a democracia e o respeito às instituições. E nós, instituição militar, não abriremos mão disso”, completou.
Na entrevista, Baptista afirmou: “não somos lenientes com desvios e não temos qualquer intenção de proteger ninguém que está à margem da lei”. Contudo, ele criticou a CPI. “Aquilo lá é investigação? O povo tem de responder”, disse. O militar aproveitou para enviar recado para o presidente da comissão, o senador Omar Aziz: “Nós não enviaremos 50 notas para ele. É apenas essa”.
O comandante da aeronáutica extrapolou seus limites institucionais. Não cabe a ele impor limites as investigações da CPI e nem impedir investigação sobre a conduta de militares no exercício de funções civis.
— Marcelo Ramos (@marceloramosam) July 9, 2021