Brasil manda Alckmin se humilhar com EUA sobre o tarifaço em meio a tensões e críticas de Lula, que chegou chamar Trump de fascista e nazista

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou neste domingo (27/7) que o Brasil tem procurado diálogo com os Estados Unidos, garantindo que as negociações não possuem “qualquer contaminação política ou ideológica”. No entanto, as relações entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump não são boas, e o líder brasileiro chegou a chamar Trump de fascista, sugerindo que uma vitória, que ocorreu, do republicano significaria uma “volta do fascismo e do nazismo”.

Lula expressou publicamente suas preocupações com o cenário político americano sob a administração Trump. Ele fez referência direta ao ataque ao Capitólio, em Washington, em 6 de janeiro de 2021, como um evento “impensável” para um país que se apresentava como “modelo de democracia”.

Para o presidente brasileiro, a eleição da vice-presidente Kamala Harris seria “muito mais segura” para a preservação da democracia nos Estados Unidos. “Nós vimos o que foi o presidente Trump no final do mandato, fazendo aquele ataque contra o Capitólio, uma coisa impensável de acontecer nos EUA, que se apresentava ao mundo como modelo de democracia”, disse Lula, ressaltando que a eleição de Harris é uma chance de fortalecer essa democracia.

Enquanto as tensões políticas aumentam, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, tem coordenado as negociações com os Estados Unidos. Essas conversas se intensificaram desde que o então presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou um aumento nas tarifas aplicadas aos produtos que entram no país. Inicialmente, em abril, a alíquota sobre os produtos brasileiros seria de 10%.

Contudo, no começo de julho, Trump anunciou um aumento ainda mais expressivo, de 50% nas tarifas aplicadas sobre os produtos brasileiros vendidos ao comércio norte-americano. Segundo o republicano, a medida seria uma retaliação ao que ele chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que enfrenta ações no Judiciário.

Soberania Brasileira e Lei da reciprocidade econômica

Em nota, o MDIC ressaltou: “Desde o anúncio das medidas unilaterais feito pelo governo norte-americano, o governo brasileiro, por orientação do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vem buscando negociação com base em diálogo, sem qualquer contaminação política ou ideológica”.

O presidente Lula tem reforçado a defesa da soberania brasileira, pontuando que outros países não devem interferir em problemas domésticos. O petista também destaca que, caso Trump não volte atrás, o Palácio do Planalto irá aplicar a Lei da Reciprocidade Econômica, que autoriza o Brasil a adotar ações comerciais em resposta a medidas unilaterais de outras nações ou blocos econômicos.

O MDIC enfatizou ainda que “a soberania do Brasil e o estado democrático de direito são inegociáveis. No entanto, o governo brasileiro continua e seguirá aberto ao debate das questões comerciais, em uma postura que já é clara também para o governo norte-americano”. A nota destacou a relação de 200 anos entre Brasil e Estados Unidos, frisando a importância de preservar esse histórico.

Apesar dos esforços, o vice-presidente Alckmin tem enfrentado dificuldades para negociar com os Estados Unidos. Ele tem trabalhado para tentar adiar a aplicação da alíquota ou reduzir o percentual, mas, até o momento, não obteve sucesso.

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