ALEAM debate infraestrutura viária após tragédia na Djalma Batista; Programa Asfalta Amazonas do Governador não pleiteou a via, que já havia recebido recapeamento da Prefeitura

Manaus, 23 de junho de 2025 – Os trabalhos legislativos na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) foram retomados nesta segunda-feira (23/6) com uma Sessão Ordinária marcada por intensos debates sobre a mobilidade urbana e a infraestrutura viária de Manaus. O tema ganhou urgência após um grave acidente ocorrido na noite de domingo (22/6) na avenida Djalma Batista, uma das principais vias da capital.

O acidente, que vitimou um casal de motociclistas – incluindo uma mulher grávida de sete meses e seu bebê –, reacendeu a discussão sobre a qualidade do asfalto na cidade. O deputado Delegado Péricles (PL) lamentou a tragédia, denunciando que o buraco responsável pelo acidente estava na pista há meses e só foi tapado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) na manhã seguinte ao ocorrido. Ele questionou a eficácia das operações de tapa-buracos da Prefeitura, criticando os milhões de reais investidos em intervenções paliativas sem a devida qualidade. “Existem recursos estaduais, e é nosso dever fiscalizar essas ações para evitar novas mortes”, enfatizou.

Em apartes, o presidente da Aleam, deputado Roberto Cidade (UB), e os deputados Sinésio Campos (PT) e João Luiz (Republicanos) também cobraram maior transparência na aplicação dos recursos públicos e na execução das obras de infraestrutura. “Naturalmente, ninguém desejava que um acidente com vítimas fatais acontecesse, mas é nosso dever cobrar soluções. O programa Asfalta Manaus foi criado para isso”, destacou o presidente.

O Asfalta Manaus é um programa da Prefeitura Municipal de Manaus (PMM), realizado em parceria com o Governo do Amazonas, com foco na recuperação e pavimentação de ruas e avenidas da capital. Lançado em abril de 2022, o programa busca melhorar a mobilidade, a segurança e a infraestrutura urbana. De acordo com dados oficiais, os investimentos já superam R$ 200 milhões.

No entanto, é crucial destacar que a avenida Djalma Batista não foi uma das vias pleiteadas ou recapeadas diretamente pelo programa Asfalta Manaus. O deputado Daniel Almeida (Avante) defendeu a atuação da Prefeitura, argumentando que obras estão sendo realizadas em todas as zonas da cidade e ressaltou que a própria Djalma Batista havia passado por recapeamento recente, sob responsabilidade da Prefeitura de Manaus, não do programa Asfalta Manaus. Ele também cobrou uma postura mais colaborativa do governo estadual, lembrando que o programa Avança Manaus é executado sem apoio financeiro do Estado.

O deputado Sinésio Campos, por sua vez, criticou a desigualdade na distribuição das obras de recapeamento, apontando a negligência de bairros periféricos em comparação com vias como a avenida do Turismo, que apresentam qualidade superior.

O Governo do Estado, por sua parte, aplicou diretamente R$ 63,1 milhões na recuperação de dezenas de ruas em Manaus, contemplando bairros como Nova Esperança, Lírio do Vale, Colônia Antônio Aleixo, Novo Israel, Vila da Prata, Colônia Oliveira Machado e comunidade Coliseu I, no Jorge Teixeira, conforme informações disponíveis no site da Seinfra.

Por fim, o deputado João Luiz reforçou a solidariedade às vítimas e a urgência em garantir segurança e dignidade nas vias urbanas da capital. A tragédia na Djalma Batista serve como um alerta para a necessidade contínua de fiscalização e investimento em infraestrutura de qualidade para a população manauara.

Texto Corrigido ás 16h, onde se lia Asfalta Manaus, cita-se corretamente “Asfalta Amazonas”.

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