Indígenas protestam em Manaus por reintegração de médico e saúde mental inclusiva

Manaus (AM), 28 de julho de 2025 — Dezenas de lideranças indígenas ocuparam pacificamente a Avenida Desembargador João Machado, em frente ao Centro de Saúde Mental do Amazonas (CSMA), na manhã desta segunda-feira. O protesto gerou grande comoção na capital e teve como objetivo exigir a reintegração imediata do Dr. Mackson Pereira, um médico indígena e pessoa com deficiência (PCD), que foi inesperadamente exonerado da equipe da unidade de saúde.

Dr. Mackson Pereira, um médico indígena e pessoa com deficiência (PCD)

Vestindo trajes típicos e empunhando faixas de apoio, os manifestantes bloquearam o trânsito por horas. Além da volta do Dr. Mackson, eles clamavam por um atendimento mais digno, humanizado e inclusivo para os povos originários no sistema de saúde mental do estado.

“O Dr. Mackson não é apenas um profissional exemplar, ele é uma referência para os nossos povos. Ele entende nossa cultura, nossa dor e fala nossa língua. Tirá-lo do cargo é um retrocesso e uma violência institucional contra todos os indígenas”, declarou Maria Tuxaua, liderança Yanomami.

A organização do protesto informou que o desligamento do Dr. Mackson ocorreu sem justificativa técnica, causando indignação entre profissionais da saúde, pacientes, familiares e membros da comunidade indígena. Eles consideravam o médico um elo fundamental entre os povos originários e as políticas públicas de saúde mental.

“A retirada do Dr. Mackson nos fere profundamente, pois ele representa inclusão, diversidade e respeito à ancestralidade. A luta de hoje é por ele e por todos os que ainda não são ouvidos”, acrescentou o Cacique Renato Mura.

A manifestação contou com a presença de representantes de movimentos sociais, organizações de direitos humanos e instituições de apoio à saúde mental, que também cobraram da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) uma posição oficial sobre o caso.

Até o momento, a SES-AM não emitiu nota oficial. Os manifestantes, por sua vez, afirmam que continuarão as mobilizações e articulações junto ao Ministério Público Federal e à Defensoria Pública da União até que o Dr. Mackson seja reintegrado e que sejam tomadas providências concretas para garantir um atendimento culturalmente adequado à população indígena.

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