Discussão por Boi leva à morte de fazendeiro

O pecuarista rural Volnei Kommers Beutinger, morto a tiros pelo vizinho, em Dourados (Foto: Reprodução)

Uma briga entre fazendeiros terminou em tragédia nesta quinta-feira (10) no distrito de Itahum, Dourados. O pecuarista e empresário Paulo Afonso de Lima Lange, 66 anos, é acusado de assassinar a tiros seu vizinho, o médico veterinário e também fazendeiro Volnei Kommers Beutinger, 52 anos. Após o crime, Lange teria arrastado o corpo da vítima e o abandonado na propriedade de Beutinger antes de fugir.

O crime ocorreu na fazenda de Paulo Lange, às margens da MS-468, a cerca de 70 km do centro de Dourados. Volnei Kommers Beutinger teria ido ao local para procurar um boi que havia escapado de sua área e entrado nas terras do vizinho. Relatos indicam que os dois já possuíam desavenças.

Ao chegar à sede da fazenda, Volnei teria discutido com o filho de Paulo Lange, culminando em uma luta corporal. Foi então que Paulo, armado, disparou vários tiros na direção de Volnei, acertando o lado esquerdo do peito da vítima, que morreu no local.

Após o assassinato, Paulo Lange teria ordenado que o funcionário que acompanhava Volnei retirasse o corpo, mas o empregado se recusou. O próprio fazendeiro, então, teria arrastado a vítima até sua caminhonete e a transportado para a propriedade de Volnei.

Depois de deixar o corpo na casa do desafeto, Paulo Lange fugiu e atualmente está sendo procurado pela polícia. O local do crime fica a menos de 60 km do território paraguaio.

Este não é o primeiro incidente envolvendo Paulo Lange. Em abril de 2013, uma fiscalização conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Polícia Federal e do Ministério do Trabalho e Emprego flagrou um trabalhador em sua fazenda submetido a condições semelhantes à escravidão.

O empregado, na época com 49 anos, era o único na fazenda e trabalhava longas horas, sete dias por semana, por nove anos. Apesar de ter carteira registrada, ele relatou que não recebia salário regularmente, não tinha equipamentos de proteção individual e morava em uma casa precária, sem água potável, alimentando-se de forma inadequada. O açude usado pelos animais era sua única fonte de água para higiene e consumo.

Quase dez anos depois, em 4 de outubro de 2022, Paulo Lange foi condenado a quatro anos e quatro meses de reclusão em regime semiaberto por crimes contra a liberdade pessoal (condição análoga à de escravo).

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