Denúncia de fraude no Curso de Direito da Universidade Nilton Lins ameaça cancelamento de Diplomas

Reprodução Google

Uma grave denúncia apresentada ao Ministério da Educação (MEC) aponta fortes indícios de fraude na avaliação do curso de Bacharelado em Direito presencial da Universidade Nilton Lins, em Manaus (AM). A irregularidade, caso confirmada, pode levar ao cancelamento de diplomas de diversos formandos no Amazonas.

A denúncia, que também foi protocolada na Ouvidoria da própria instituição, alega que a universidade teria subdeclarado intencionalmente o número de vagas ofertadas ao MEC. Essa suposta manobra teria como objetivo inflacionar indevidamente a nota do curso durante o processo avaliativo, manipulando indicadores cruciais como infraestrutura por aluno, relação docente/aluno e taxa de ocupação.

O dossiê com as provas e indícios foi elaborado por um grupo de três professores e alunos da universidade e, posteriormente, entregue formalmente ao Ministério Público Federal (MPF).

Protocolo denúncia ao MEC:

Inconsistência de Vagas e unidades não declaradas

A principal inconsistência reside na disparidade entre as vagas autorizadas e as declaradas. O Projeto Pedagógico do Curso (PPC) da Universidade Nilton Lins informa que o curso de Direito possui 145 vagas anuais autorizadas. No entanto, o dossiê sugere que um número inferior de vagas pode ter sido declarado à comissão avaliadora.

Além disso, a denúncia revela que o curso de Direito é ofertado em múltiplas unidades físicas em Manaus, incluindo o Campus Parque das Laranjeiras (zona Centro-Sul), a Unidade Japiim (zona Sul/Leste) e uma Unidade na zona Leste. As duas últimas, segundo a denúncia, não constam como existentes para o MEC. A presença de alunos regularmente matriculados e cursando disciplinas presenciais em todas essas unidades reforça a suspeita de subdeclaração do número real de estudantes e vagas durante a avaliação institucional.

O dossiê das denúncias pode ser acessado em: Documento

Consequências graves e necessidade de investigação

Caso a distorção intencional das informações seja confirmada, os atos podem configurar uma série de infrações e crimes, exigindo a atenção imediata das autoridades. Entre as possíveis consequências, destacam-se:

  • Violação às normas do SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior), especificamente a Lei nº 10.861/2004.
  • Vício no processo de avaliação in loco, comprometendo a lisura do procedimento.
  • Obstrução à fiscalização e regulação por parte do Ministério da Educação.
  • Infração ética grave, configurando fraude educacional, o que torna o caso passível de apuração pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Além disso, pode ser aberto um processo de supervisão pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES/MEC).

Diante da gravidade dos elementos apresentados, é indispensável e urgente que órgãos competentes como o INEP, SERES/MEC, o Conselho Estadual de Educação e o Ministério Público procedam à verificação detalhada das informações prestadas pela Universidade Nilton Lins.

A discrepância entre as vagas efetivamente em uso e o número declarado levanta sérias dúvidas sobre a integridade do processo avaliativo e compromete a credibilidade dos indicadores de qualidade da educação superior brasileira, que são essenciais para a orientação dos estudantes e a formulação de políticas públicas. A sociedade e o MEC aguardam uma apuração rigorosa para garantir a transparência e a qualidade da educação superior no país.

Posicionamento da Universidade Nilton Lins

A reportagem do Portal Amazonas365 solicitou um posicionamento da assessoria de imprensa da Universidade Nilton Lins, que emitiu a seguinte nota de esclarecimento:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A direção da Universidade Nilton Lins informa que não recebeu, até o momento, qualquer relato ou comunicação formal relacionada ao curso de Bacharelado em Direito — seja por meio da Ouvidoria, protocolo interno ou qualquer outro canal oficial.

A instituição reitera que todas as suas atividades acadêmicas e administrativas estão em total conformidade com as normas do Ministério da Educação (MEC), incluindo o curso de Direito, que passa regularmente por avaliações do MEC com total transparência e dentro dos parâmetros legais estabelecidos.

Esclarecemos, ainda, que não há qualquer processo de sindicância em curso sobre o tema mencionado, uma vez que não há fato formalmente constituído ou documentado que justifique tal medida. A Universidade Nilton Lins pauta sua conduta institucional pela responsabilidade, pela ética e pela legalidade, e permanece aberta ao diálogo com seus alunos, professores, órgãos de controle e com a sociedade em geral.

Por fim, reforçamos que todas as informações oficiais da Universidade são públicas, auditáveis e respaldadas pelos órgãos competentes, como consta nos registros oficiais do MEC e demais instâncias reguladoras do ensino superior no Brasil.

Permanecemos à disposição para quaisquer outros esclarecimentos.

A Direção Universidade Nilton Lins Manaus, 10 de junho de 2025

 

Fonte: Amazonas365

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui